domingo, 8 de abril de 2007

Céu aberto


Esta foto foi tirada ao mar de Ericeira, que é o mar de Albufeira, ou Setúbal, ou da Figueira da Foz, ou de Viana do Castelo ou tão simplesmente o oceano, o Atlântico.
É tão bela esta foto quanto a solidão de quem a adjectiva.
É tão fácil as pessoas dizerem-nos que somos carentes, que temos que ultrapassar os nossos problemas, que temos que saber viver com o que temos, que os "outros" são tão pessoas quanto nós e, por isso, nós, eles, têem também problemas.
Cada caso é caso. Cada pessoa é uma pessoa, uma vida é uma vida, mas o céu é o mesmo em qualquer parte do mundo. O mar, é o mesmo em qualquer canto: só muda de nome consoante o estado de espírito daquele que ao olhar para ele o sentiu como seu. Apenas isso.
O Mar é forte e o céu muito grande, infinito.
As pessoas são fracas e, facilmente ficam pequeninas quando chamam a si a responsabilidade de chamar os outros à responsabilidade, mesmo, desvendando-lhes os segredos e sabendo o porquê de eles assim pensarem.
A foto revela um pôr do sol, um fim de dia.
Cada dia que passa, deixa para trás preocupações de números que agradam aos patrões e os vestem de máscaras de "eu sou bom" , deixa as inseguranças escondidas debaixo de um rosto cansado mas doce, sempre pronto a verbalizar o conforto de que os outros precisam.
A foto revela também solidão: a mais pura, mais dura das sensações que serve de mortalha aos restos de um dia, que se junta a outros dias e mais outros.
A foto é bonita: foi tirado num momento de cumplicidade amorosa.
O amor é um céu aberto que facilmente se materializa num pôr-do-sol.

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