Estudar teatro para ser ... qualquer um!

Pode parecer estranho,

mas é verdade.

Quando presenciamos um grupo de jovens com algum tipo de excentricidade nas suas formas de falar ou vestir, e, nos apercebemos que aqueles trajeitos e atitudes teem a ver com a arte de representação... achamos piada.

O que leva um grupo de aspecto físico tão heterógeno a encarar a arte de reresentação como forma de vida??

Tantas outras actividades que nos fazem aumentar as contas bancárias e tinham logo que escolher aquela que sendo tão única, tão esclarecedora de sentimentos, teria que se transformar em mais um trabalhito, porque sim!

Cada expressão na cara de um actor, é uma expressão nossa.

Romeu e Julieta partiram para aquele "Mundo" com o sorriso no coração: eternamente de cada um com a simplicidade do "amo-te", que se profere ou se escuta de uma forma tão inócua.

Sementes do vento que sopram algures por estas montanhas lindas, são os sons das palavras que espelham as nossas caras: ansiedade e medo, alegria e prazer, mentira com insegurança e verdade com justiça.

Todos actores, todas actrizes sem o ponto.

Passeiam a imaginação que se perde nas palavras dos autores umas vezes esquecidos, outras tantas gabados tanto por direito como por inveja.

O "Mundo" é um palco, e a vida é "Moliére", porque, as pancadas somos nós que as recebemos, os actores, aqueles que sem estudar podemos ser tantos ou qualquer uns.

Ao ter observado um grupo de jovens ingleses, " la crème de la crème" de uma escola de reputação londrina, bem formada, ao ter constatado que aquelas criaturas incivilizadas nos actos da sua vida quotidiana, arrogantes de gestos, medíocres de palavras, ao ter constatado que aqueles jovens aprendizes de actores iriam estar no palco de um soalho nobre e respeitado, conclui afinal que, estudar teatro não é preciso, porque eles, já receberam as pancadas de "Moliére".

Eu vou estudar para escritor(a), para não ser qualquer um, para não ser apenas mais um, mas apenas eu.

Não vou estudar teatro para ser ... qualquer um!